Quem criou a bomba atômica? Conheça Julius Oppenheimer

Quem criou a bomba atômica: leia antes de assistir Oppenheimer

Bruno Resende
21 de julho de 2023

Quem criou a bomba atômica? Com o lançamento do novo filme de Christopher Nolan, Oppenheimer, essa pergunta tem sido cada dia mais feita. 

Mas afinal, será que a resposta realmente importa? Ou há outras perguntas que devem tomar seu lugar, como por exemplo, como ela foi feita? Por quê? Quem financiou o projeto?

Neste artigo você vai descobrir toda a história da bomba atômica, e terá muito mais bagagem para aproveitar as mais de 3h do longa.

E é claro que temos que começar pela mente por trás de tudo.

Julius Robert Oppenheimer

Nascido em 1904, o físico americano é a figura central do longa de Nolan. Oppenheimer formou-se em Harvard em 1925 e obteve o doutorado dois anos depois, na Universidade Göttingen, na Alemanha.

O americano focou suas primeiras pesquisas em temas subatômicos, como os processos energéticos dos elétrons, dos pósitrons e dos raios cósmicos.

Sendo filho de alemães, Oppenheimer sempre se preocupou com a ascensão do nazismo, estando constantemente envolvidos também em pautas políticas.

Com o medo do desenvolvimento da bomba atômica pelos nazistas, Oppenheimer se juntou, em 1942, ao Projeto Manhattan, destinado a desenvolver energia nuclear para uso militar.

Três anos depois, a primeira bomba atômica foi detonada. O Teste Trinity aconteceu em Alamogordo, uma pequena cidade no Novo México. Após o Trinity, Oppenheimer se demitiu do Projeto Manhattan.

Ele morreu em 1962, de câncer de garganta.

Projeto Manhattan

O Projeto Manhattan foi criado em 1939 com o objetivo de pesquisar e desenvolver a tecnologia nuclear com fins militares.

De 1940 a 1946, o projeto foi chefiado por Leslie Groves, um oficial do Corpo dos Engenheiros do Exército. Com a entrada de Oppenheimer em 1942 o comando passou a ser dividido entre os dois. 

Ao longo de sua história, o Projeto Manhattan empregou mais de 13 mil pessoas e contou com um orçamento de mais de US$2 bilhões — hoje, algo próximo a US$26 bilhões. O programa contou também com apoios do Reino Unido e Canadá.

O Projeto Manhattan foi também o responsável pelo desenvolvimento das bombas Little Boy e Fat Man, utilizadas no bombardeio de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945.

Em 1947, dois anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, o projeto foi descontinuado.

Albert Einstein

Poucos sabem, mas o físico alemão Albert Einstein teve participação central em todo o processo de criação do Projeto Manhattan.

Em 1939, ele escreveu, junto a outros colegas físicos, a Carta Einstein-Szilárd. Ela foi escrita por Einstein e Leó Szilárd e consultada por Edward Teller e Eugene Wigner.

No documento, enviado ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, os físicos apontaram os riscos da construção de bombas atômicas pelos nazistas, e aconselharam os Estados Unidos a acelerar os estudos práticos de reação em cadeia. O Projeto Manhattan foi o que se seguiu.

Confira a carta na íntegra:

“Senhor:

Alguns trabalhos recentes de E. Fermi e L. Szilárd, que me foram comunicados em manuscrito, levaram-me a crer que o elemento urânio possa ser transformado em uma nova e importante fonte de energia em um futuro próximo. Certos aspectos da situação que se criou parecem exigir atenção e, se necessário, rápida ação por parte da Administração. Creio, portanto, que é meu dever trazer a sua atenção para os seguintes fatos e recomendações:

No decorrer dos últimos quatro meses, foi provado – através do trabalho de Joliot na França, bem como de Fermi e Szilárd na América – que é possível a criação de uma reação nuclear em cadeia em uma grande massa de urânio, através da qual vastas quantidades de energia e grandes quantidades de novos elementos semelhantes ao rádio são gerados. Agora, parece quase certo que isso possa ser conseguido em um futuro próximo.

Esse novo fenômeno levaria também à construção de bombas e é concebível – embora não tão certamente – que bombas extremamente poderosas de um novo tipo possam ser construídas. Uma única bomba deste tipo, carregada por um barco e explodida em um porto, pode muito bem destruir todo o porto, juntamente com parte do território circundante. Contudo, tais bombas podem muito bem revelar-se demasiado pesadas para o transporte por via aérea.

Os Estados Unidos têm apenas minérios de urânio de baixa qualidade e em quantidades moderadas. Há algumas boas reservas no Canadá e na ex-Tchecoslováquia, mas a grande fonte de urânio está no Congo Belga.

Perante a situação, o senhor pode pensar que é desejável ter mais contato permanente entre a Administração e o grupo de físicos que trabalham em reações em cadeia nos Estados Unidos. Uma forma possível de alcançar este objetivo pode ser o senhor confiar esta tarefa a alguém de sua confiança que poderia, quem sabe, atuar em condição extra-oficial. Sua tarefa pode compreender:

  1. a) abordar aos Departamentos Governamentais, mantê-los informados sobre o desenvolvimento e apresentar recomendações para a ação do Governo, dando especial atenção ao problema de garantir fornecimento de minério de urânio para os Estados Unidos;
  2. b) acelerar o trabalho experimental, que está atualmente sendo feito dentro dos limites dos orçamentos dos laboratórios das universidades, fornecendo fundos, caso sejam necessários, pelo contato com pessoas privadas dispostas a contribuir para esta causa, talvez, inclusive, buscando a cooperação de laboratórios industriais que têm o equipamento necessário.

Eu entendo que a Alemanha realmente parou a venda de urânio das minas da Tchecoslováquia que ela assumiu. Talvez se compreenda por que haja tomado essa ação rápida, pelo fato do filho do Sub-Secretário de Estado Alemão, von Weizsäcker, ser ligado ao Kaiser-Wilhelm-Institut, em Berlim, onde alguns dos trabalhos americanos sobre o urânio estão agora sendo repetidos.

Atenciosamente,

(Albert Einstein)”

Albert Einstein conversou com quem criou a bomba atômica frequentemente

Hiroshima e Nagasaki

Bombas atômicas são testadas constantemente. Coreia do Norte, Rússia, China, os europeus e os Estados Unidos estão sempre realizando testes e exercícios nucleares em áreas isoladas.

Por toda a história da humanidade, apenas uma única vez um país de fato utilizou bombas atômicas contra outro país, detonando as armas em grandes centros urbanos e matando incontáveis civis: os Estados Unidos.

Em agosto de 1945, as bombas Little Boy e Fat Man foram detonadas nas cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki, respectivamente.

Little Boy explodiu em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, às 8h15 da manhã em horário local. 70 mil pessoas morreram em decorrência da explosão e outras 70 mil ficaram feridas. Ao longo do tempo, é impossível precisar quantas vítimas o ataque gerou devido aos efeitos da radiação liberada.

Little Boy tinha mais de 4 toneladas e uma potência equivalente a 15 toneladas de TNT.

Por outro lado, Fat Man explodiu em Nagasaki três dias depois, em 9 de agosto de 1945. Por sorte, as condições climáticas no dia eram ruins e a bomba acabou sendo detonada mais longe da cidade do que o planejado. As montanhas ao redor conseguiram conter parte da explosão.

Fat Man matou 40 mil pessoas e feriu outras 25 mil, também sendo impossível calcular os danos a longo prazo da radiação gerada.

À época, o presidente dos Estados Unidos era Harry S. Truman, sucessor de Franklin Roosevelt, que esteve à frente do Projeto Manhattan.

Hiroshima e Nagasaki: as vítimas de quem criou a bomba atômica

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