A história do Sci-fi

Sci-fi: uma viagem pela imaginação humana

Bruno Resende
11 de abril de 2023

“In a galaxy far far away…”

Ao pensarmos em filmes de sci-fi, a primeira coisa que vem à mente são espaçonaves, missões espaciais e obras como Interestelar, 2001: Uma Odisseia no Espaço e Star Wars.

Mas o sci-fi é um gênero rico, que tem muito mais a nos oferecer. Afinal, o que move essas histórias são as dúvidas que ainda rondam nosso imaginário: de onde viemos, para onde vamos, quais segredos o universo esconde, o que nos torna humanos, o que é a vida? Bom… essas perguntas não surgiram nos últimos 100 anos — muito pelo contrário, elas vagam por aí há séculos!

Neste artigo, queremos te levar em uma viagem pela história da ficção científica: dos primórdios do pensamento sci-fi às tecnologias 3D que surpreenderam o mundo em Avatar 2: O Caminha da Água.

E claro, em um artigo sobre um gênero como esse, o primeiro é nos perguntar: o que é ficção científica?

Quando a fantasia e a ciência se encontram

A definição de ficção científica é muito debatida, mas para este artigo, vamos assumir uma das mais clássicas.

Sci-fi é qualquer história que se utiliza de elementos científicos e tecnológicos para criar um mundo imaginário.

Com a definição feita, vamos ao que importa.

Onde surgiu o sci-fi?

E novamente vamos de polêmicas.

Até hoje não existe um consenso sobre o primeiro livro de ficção científica escrito, mas com certeza o que possui mais defensores é Frankenstein

Frankenstein, de Mary Shelley

O ano é 1818. Em uma Inglaterra/ imersa na Revolução Industrial, debates sobre ética, tecnologia e os limites da ciência eclodem por toda a parte.

Entre pensadores, autores renomados e magnatas, um livro é publicado de forma anônima. Frankenstein, ou O Prometeu Moderno, uma obra prestes a transformar a literatura mundial, escrito por uma mulher — embora a autoria só fosse revelada em 1823.

Nas páginas que compõem o romance, o médico Victor Frankenstein relata sua desventura e tragédia científica ao Capitão Walton.

Após muitos anos de pesquisa, ele finalmente descobre como dar vida a um corpo composto por partes de cadáveres humanos.

De forma resumida: o monstro se revolta contra Victor, exige uma companheira e, quando não é acatado, assassina diversas pessoas queridas pelo médico. No fim, com a morte de Victor, a criatura sente a partida do “pai” e acaba também tirando a própria vida.

Debates sobre o que é estar vivo, ética, os limites da ciência, humanidade e amor permeiam cada página do romance. Como qualquer boa história de ficção científica, Frankenstein não oferece respostas, se preocupando mais em propor perguntas.

As respostas você deve encontrar por conta própria.

Sucessores imediatos de Shelley

O século XIX foi um berço de grandes escritores europeus: França, Inglaterra, Rússia, Alemanha… autores brilhantes surgiram de todos os cantos.

Felizmente, alguns decidiram seguir o legado de Mary Shelley, criando histórias fantásticas que tentavam prever o futuro, discutir a ciência e brincar com a tecnologia da época.

Entre tantos, dois se destacam: Jules Verne e H. G. Wells.

O primeiro, francês, tem como principal obra o romance 20 Mil Léguas Submarinas. Nele, o professor Aronnax se vê a bordo do Nautilus, submarino futurista sob o comando do capitão Nemo.

Tecnologias visionárias, descrições biológicas de espécies e debates sobre a natureza humana se mostram ao leitor página após página.

Outras obras de Verne incluem A Volta ao Mundo em 80 Dias e Viagem ao Centro da Terra, ambas mais leves e fáceis de ler do que 20 Mil Léguas Submarinas.

Jules Verne escreveu 20 Mil Léguas Submarinas no século XIX

O francês não é o único que se inspirou em Shelley. O inglês H. G. Wells também se mostrou um grande visionário de sua época — fator indispensável a qualquer um que se aventure pelo sci-fi.

Sua principal obra talvez seja A Máquina do Tempo. Aqui, um cientista inglês viaja para a Londres do futuro, onde existem duas raças: os Eloi, que vivem na superfície e os Morlocks, criaturas subterrâneas.

Outras obras famosas de Wells incluem A Guerra dos Mundos e O Homem Invisível.

O século XX

Com o avanço das tecnologias, é natural que o gênero de sci-fi se reinvente cada vez mais.

Pode-se dizer que o século XX foi a consagração da ficção científica, quando aquilo que foi começado por Shelley, Verne e Wells foi finalmente concretado.

Entre os expoentes mais reconhecidos, estão Arthur C. Clark, Ray Bradbury e William Gibson.

Arthur C. Clark é o autor dos clássicos O Fim da Infância e 2001: Uma Odisseia no Espaço, que mais tarde viraria uma das obras mais importantes do gênero no cinema pelas mãos de Stanley Kubrick.

Ray Bradbury nos brindou com Fahrenheit 451, distopia em que os livros são banidos da sociedade a fim de controlar a população com mais facilidade.

Por último, temos que falar de William Gibson e seu clássico Androides Sonham com Ovelhas Elétricas, que originou o filme Blade Runner e consagrou o gênero cyberpunk na cultura pop.

Blade Runner: o cyberpunk entra em cena

Isaac Asimov

Isaac Asimov está para a o sci-fi assim como Tolkien está para a alta fantasia: ele não inventou, mas elevou o gênero a patamares nunca antes alcançados.

Nascido na Rússia, mudou-se para Nova York aos 3 anos de idade.

Suas obras são muitas vezes consideradas o ápice do gênero. Eu Robô — ignore o filme com Will Smith — se trata de uma coletânea de contos sobre robótica e inteligência artificial. Nele, o autor traça as 3 Leis da Robótica que servem de guia a pesquisadores até os dias de hoje!

Um robô nunca deve ferir um ser-humano ou permitir que um ser-humano sofra algum mal;

Robôs deve sempre obedecer um ser-humano, a menos que a ordem entre em conflito com a 1 ª lei;

Um robô deve proteger sua própria existência, a menos que o ato entre em conflito com as duas primeiras leis.

Sua obra prima, porém, não fala sobre robôs e inteligências artificiais. A Fundação, originalmente uma trilogia, debate o futuro da humanidade e a colonização do espaço.

Na história, um matemático cria a psico história, ciência que mistura sociologia e matemática para prever o futuro da humanidade.

Asimov morre em 1992, deixando um legado inimaginável de possibilidades e reflexões à humanidade.

Isaac Asimov foi um dos grandes do sci-fi

Muito além da literatura

Filmes

O cinema talvez seja a mídia onde o sci-fi mais se destaca. As histórias inventivas contadas nas páginas dos livros sempre foram nichadas, ou seja, conversavam com um público menor.

O cinema conseguiu levar o sci-fi ao coração do grande público, e o grande responsável por isso foi nosso querido George Lucas, com Star Wars.

Desde a primeira saga de Luke Skywalker em 1977, a ficção científica cresceu dia após dia. Em sucessão aos jedi, vieram obras como Duna, De Volta Para o Futuro, Alien, E.T., Blade Runner e até mesmo Jurassic Park.

Mas a história do sci-fi não começa com os sabres de luz, mas com o cinema mudo!

Em 1927, o cineasta alemão Fritz Lang lançava Metropolis, considerado o primeiro filme de ficção científica da história!

O enredo trata de uma sociedade futurista — no ano de 2026 — dividida entre pobres e ricos, e por isso o longa é considerado atual até hoje!

Metropolis, o primeiro filme sci-fi da história

O sci-fi nunca se esgota

Como o sci-fi é um gênero cuja maior premissa é a imaginação, ele se encaixa em diferentes tipos de filmes. Ao longo do tempo, todo tipo de obra começou a ser lançada.

Pode não parecer, mas a comédia é uma ótima maneira de refletir. Por isso alguns dos grandes clássicos dos filmes de sci-fi têm como objetivo central te fazer rir. Alguns exemplos são:

– Trilogia De Volta Para o Futuro;

– MIB: Homens de Preto;

– Idiocracia.

Por outro lado, o futuro da tecnologia pode ser assustador, dependendo da óptica que se observa. E é claro que os cineastas não iam perder essa chance, certo? Confira alguns filmes que misturam ficção científica e terror:

– Alien, O Oitavo Passageiro;

– O Enigma de Outro Mundo;

– A Mosca.

Por último, não podemos deixar de falar sobre sci-fi e ação, afinal, cidades futurísticas, naves espaciais e uma tecnologia super avançada são ótimos pretextos para uma boa porradaria, não é?

Entre os principais filmes que mesclam ficção científica e ação, estão:

– O Exterminador do Futuro;

– Matrix;

– Avatar.

Agora você já tem 9 recomendações — além de Metropolis e Star Wars — para entrar em dia com o gênero sci-fi no cinema.

Mas nem tudo está nas grandes telas…

Séries sci-fi

Se a ficção científica atingiu um grande público durante sua história, podemos dizer que foram os nerds.

E se há uma coisa que todos os nerds têm em comum é o hábito de se aprofundar nos assuntos. Por isso, mesmo antes de séries de TV virarem mainstream, o sci-fi já estava por lá.

Star Trek talvez seja o maior exemplo, mas há muito mais por aí a ser descoberto…

Doctor Who, Battlestar Galactica, Babylon 5, Arquivo X e além da imaginação são bons exemplos de séries sci-fi que fizeram muito sucesso décadas antes da Netflix sonhar em existir.

Recentemente também temos muitas séries sci-fi que encantaram o grande público:

The Last of Us;

Stranger Things;

– Rick e Morty;

– Westworld;

– Love, Death & Robots;

– Dark.

Como você pode ver, o sci-fi nunca esteve tão em alta na TV!

Série The Last of Us, da HBO

O sci-fi tupiniquim

Sendo bem direto, o sci-fi no Brasil nunca atingiu o mesmo patamar de países do exterior. Tanto no cinema quanto na literatura, as obras desse gênero são… incomuns.

O primeiro livro sci-fi data de 1875: O Doutor Benignus, de Augusto Emília Zaluar.

O enredo aborda as andanças pelo Brasil de Dr. Benignus, médico e naturalista — e das reflexões filosóficas originárias dessas andanças.

Apesar de limitada, a ficção científica no Brasil conta com alguns grandes nomes. O maior deles Machado de Assis.

Machado de Assis e sci-fi? Como assim?

Sobre a Imortalidade de Rui Leão é uma coletânea de duas histórias que contam as desventuras de um homem que encontrou o elixir da imortalidade.

Machado de Assis chegou a escrever sci-fi

Então, que tal dar uma chance para o nosso sci-fi?

Previsões, acertos e erros

Uma das coisas mais divertidas de escrever e ler/assistir sci-fi é se intrigar com as tecnologias, equipamentos e previsões que as histórias fazem para o nosso futuro. Vamos conferir algumas que deram certo?

Em Fahrenheit 541, existem TV’s de tela plana e fones de ouvido bluetooth;

No filme Fuga do Século 23, as casas respondem a comandos dos donos;

Em Viagem à Lua, bom… o homem vai à lua — o filme é de 1902;

2001: Uma Odisseia no Espaço previu tablets, chamadas de vídeo e conta com Hal 9000, um robô com inteligência artificial.

Isaac Asimov previu nada mais nada menos do que os computadores!

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